Critérios de homogeneização dos elementos
-
- A homogeneização entre
os dados pesquisados é feita com a finalidade de se obter uma equivalência entre os
mesmos, destacando-se:
- Equivalência Financeira;
- Equivalência de Tempo;
- Equivalência de Localização;
- Equivalência de Características;
- Equivalência de Fonte.
Equivalência
Financeira:
A
equivalência financeira é obtida transformando-se as diversas formas de
pagamento em pagamento à vista, devendo-se usar o seguinte modelo da
matemática financeira:
Sendo:
Vv
= Valor à Vista
E
= Entrada
SD
= Saldo Devedor
n
= Número de Parcelas
i
= Juros e Correção Monetária
Equivalência
de Tempo:
Atualizar
para a data da avaliação todos os valores encontrados, utilizando
sempre o mesmo índice adotado em outras transposições de valores e
dados. Desaconselha-se essa atualização pelos índices econômicos. Devem
ser utilizados índices que reflitam as variações registradas pelo
mercado imobiliário
Equivalência
de Localização - FATOR DE TRANSPOSIÇÃO:
Consiste
em se atribuir graus de valorização a cada um dos locais onde se
situa cada terreno da pesquisa, em relação a um ponto considerado
padrão na região.
Pode-se
considerar o ponto padrão como o local onde se situa o terreno
avaliando ou o ponto mais valorizado entre todos os elementos da
pesquisa, ou o ponto de valorização média entre todos os elementos
pesquisados.
Esses
graus de valorização estabelecidos pelo avaliador deverão seguir as
características da região, com o grau de desenvolvimento de cada local
onde se situa cada terreno da pesquisa.
Sendo E1
= Equivalência de localização; Vp
= Valorização do local onde se encontra o terreno da Pesquisa e Vi =
Valorização do local estabelecido como paradigma, o fator de transposição ou de equivalência de
localização será dada por E1
= Vi
/ Vp
Em
cidades que possuem uma carta cadastral confiável, deve-se utilizar
como elemento de equivalência os valores de referência adotados nessa carta, calculando-se o fator de transposição como E1
= V0i
/ V0p
Equivalência
de Características:
Este
fator de equivalência é dos mais importantes. Trata-se da
homogeneização e tratamento das características físicas dos terrenos
pesquisados em comparação com o terreno em avaliação.
São
utilizadas as correções:
- de frente;
- de profundidade e
- de área.
Correção
de frente:
A
correção de frente deve ser realizada pelo modelo:
Cf = (Fp / Fr)f onde:
Cf = Correção
de frente;
Fp = Frente
projetada (medida da projeção da frente do terreno para o logradouro);
Fr = Frente de
referência e
f = Fator de
frente.
O
fator de frente deve levar em conta as vocações de uso e os dispositivos
legais.
O
fator de frente situa-se entre 0 e 1,0.
Utiliza-se,
em geral, o fator de frente f = 0,5 e
quando Fp for superior a duas vezes a Fr, usa-se Fp = 2.Fr
Correção
de profundidade:
A
correção de profundidade deve ser realizada pelo modelo:
Cp = (Pe
/ Pm)p
sendo m = mi, ma;
mi =
Profundidade mínima;
ma = Profundidade máxima;
Cp = Correção
de profundidade;
Pe
= Profundidade equivalente (área dividida pela frente projetada);
Pm
= Profundidade máxima ou mínima;
Pmi =
Profundidade mínima e
Pma
= Profundidade máxima.
O
expoente p
é igual a zero (p
= 0) quando Pmi
< Pe
< Pma
O
expoente p
está entre 0 e 1,0 quando Pe
< Pmi
O
expoente p
deve estar entre -1,0 e 0 quando Pe > Pma.
O
expoente p
deve ser igual a 1,0 quando Pe
estiver entre Pma
e 2Pma
(Pma
< Pe
< 2Pma)
Em
geral, utiliza-se o expoente p = 1/4
Quando
Pmi/2
< Pe
< Pmi,
Cp
= (Pe
/ Pmi)1/4
Quando
Pma
< Pe
< 2Pma,Cp
=(Pma
/ Pe)1/4
Quando
Pe
maior que 2Pma,
usa-se Pe
= 2Pma
Quando
Fe maior que 2Fr,
usa-se Fe
= 2Fr
Profundidade
menor que mi:
Cp
= (Pe
/ Pmi)0,5
Profundidade
maior que ma:
Cp
= (Pma
/ Pe)0,5
A
correção de profundidade apresenta outras variações sugeridas por
entidades que utilizam frequentemente métodos de avaliação de terrenos
e, também, por profissionais de renome, como Hélio de Caires, Enio
Azambuja e Joaquim Medeiros.
Correção
de área:
O
fator de correção de área tem a finalidade de corrigir as distorções que
ocorrem em relação aos preços por metro quadrado, considerando que, num
mesmo local, há uma tendência no sentido de que o valor por metro
quadrado de grandes áreas seja menor do que os preços por metro
quadrado de terrenos menores.
Para
diferenças de áreas até 30%, Fa
= (Ap
/ Aa)n
sendo n
= 1/4.
Para diferenças de áreas entre 30 e 150%, Fa
= (Ap
/ Aa)n
sendo n
= 1/8.
Fa
= Fator de área;
Ap
= Área do elemento da pesquisa e
Aa
= Área do terreno avaliando.
Equivalência
de Fonte:
Conhecida como fator de oferta, a
equivalência de fonte, ou fator de fonte, é uma dependência da
confiabilidade ou idoneidade da fonte de informações, utilizando-se,
preferencialmente, os seguintes valores:
- 0,9 a 1,0 para transações realizadas;
- 0,7 a 0,9 para ofertas existentes e
- 0,6 a 0,8 para lançamentos planejados.
Uma
vez construída a matriz de fatores, multiplica-se o fator de fonte
pelos demais e o resultado obtido pelo valor unitário de cada elemento
amostral considerado. Isso feito, podemos então analisar a
nossa amostra. O primeiro passo é o saneamento da média. Calculamos a
média aritmética dos elementos homogeneizados e excluímos os elementos
extremos que sejam menores que 70% ou maiores que 130% da média e
calculamos o valor da nova média dos elementos remanescentes. Em seguida,
calculamos o Desvio Padrão da amostra com os elementos que permitiram o cálculo da
média saneada utilizando o modelo:
Depois
de calculado o desvio padrão da amostra, podemos determinar o intervalo
de confiança. Assim sendo, utilizaremos a distribuição de Student com n-1
(n = número de elementos da amostra) graus de liberdade e confiança de
80% (valores tabelados) extraindo da tabela o valor correspondente a
90% (tc) da curva de normalidade.
Calculamos os valores
máximo e mínimo somando e subtraindo da média saneada os valores
calculados. Subtraindo o mínimo do máximo, encontraremos a amplitude do
intervalo de confiança.
Testamos os valores máximo e mínimo calculados a fim verificar a pertinência dos elementos extremos da amostra pelo critério de Chauvenet.
Os valores serão pertinentes se as diferenças entre os valores máximo e
mínimo em relação à média, divididos pelo desvio padrão forem menores
do que o valor crítico extraído da tabela de Chauvenet para o número de
elementos que compõem a amostra.
(Xmax - Ms) / S < Valor crítico
(Ms - Xmin) / S < Valor crítico
A amostra deverá ser reconsiderada se um teste indicar a não pertinência de algum elemento extremo.
Para calcular, finalmente,
a média ponderada, dividimos a amplitude do intervalo de confiança por
3 e definimos 3 classes com a finalidade de verificar a frequência relativa dos
elementos, isto é, quantos e quais elementos pertencem a cada uma das
classes. Atribuímos aos elementos os pesos correspondentes às suas
frequências e calculamos a média ponderada, que é a tendência central
da amostra utilizada, chegando por fim ao valor procurado do metro quadrado de terreno.
Com isso, terminamos as considerações em relação à amostra e passamos agora a considerar o valor do terreno, que será dado por:
Vt = A.
Vq.K1.K2.K3. ... ...
K7, onde:
Vt = Valor do terreno;
A = Área do terreno;
Vq = Valor médio do metro quadrado de terreno calculado como resultado do tratamento da amostra;
Ki = Fatores a serem considerados conforme abaixo:
FATOR DE TESTADA:
Sendo T = a testada efetiva do terreno e Tp
= a testada padrão definida para o local. Utiliza-se K1
= 0,84 quando (T / Tp
) < 0,5 e K1 = 1,18
quando (T / Tp
) > 2,0
FATOR DE PROFUNDIDADE:
Como já calculado na consideração dos elementos da amostra, levando em conta as seguintes hipóteses:
- K2 = 0,7071 se Pe < 0,5 Pmin ou se Pe > 2 Pmax
- K2 = 1,0 se Pmin < Pe < Pmax
- K2 = 1,0404 se Pmax < Pe > 2 Pmax e
- K2 = 1,1213 se 0,5 Pmin < Pe < Pmin
FATOR DE ESQUINA:
O fator de esquina é calculado em função dos valores unitários dos logradouros considerados utilizando-se o modelo:
Na fórmula, z é uma constante tabelada, sendo adotado conforme abaixo:
z = 1 - zonas de apartamentos modestos;
z = 2 - zonas de apartamentos médios, densidade ocupacional média;
z = 3 - zonas de comércio padrão médio e alto e
z = 1 - zonas de comércio padrão baixo, baixa densidade ocupacional.
Ti = são os valores das testadas para cada logradouro e Vqi os valores do metro quadrado de terrenos respectivos.
Uma outra forma de levar
em conta o fator de esquina é adotar a tabela sugerida pelo Banco
Hipotecário Argentino, que adota os seguintes valores:
K3 = 10% nas zonas residenciais comuns;
K3 = de 15% a 20% nas zonas residenciais de alto valor;
K3 = de 20% a 25% nas zonas comerciais em geral e
K3 = de 25% a 30% nas zonas comerciais centrais.
FATOR DE TOPOGRAFIA:
Em geral, adota-se os valores sugeridos pelo Engo. G . B. Dei Vegni-Neri como abaixo:
K4 = 1,0 - terreno plano;
K4 = 0,90 - terreno com aclive suave ou com declive de até 5,0%
K4 = 0,80 - terreno com declive entre 5,0% e 10% e
K4 = 0,70 - terreno com declive supeior a 10% e terrenos com aclive acentuado.
FATOR DE SUPERFÍCIE E SOLO:
Os valores sugeridos do fator de superfície e solo são:
K5 = 1,0 - terreno seco e firme;
K5 = 0,80 - superfície úmida;
K5 = 0,60 - superfície alagada;
K5 = 0,50 - superfície brejosa ou pantanosa e
K5 = 0,40 - superfície permanentemente alagada.
FATOR DE ACESSIBILIDADE:
São adotados, de modo geral, os seguintes fatores de acessibilidade:
K6 = 1,0 - terrenos com condução distante mais de 1.000 m;
K6 = 1,02 - terrenos com condução a menos de 1.000 m e
K6 = 1,05 - terrenos com condução direta.
FATORES ESPECIAIS:
Dependendo da situação,
pode ser necessário aplicar outros fatores com a finalidade de corrigir
o valor do terreno em função da proximidade de fontes poluidoras, falta
de segurança pública, riscos de deslizamentos nas proximidades e outras
situações que devem ser analisadas e justificadas pelo avaliador.
Nos casos mais comuns, adota-se:
K7 = 0,70 - lote de vila;
K7 = 0,50 - lote encravado ou de fundos e
K7 = 1,20 - lote industrial com desvio ferroviário.
Para concluir, basta substituir os valores para calcular:
Vt = A.Vq
.K1.K2.K
3. ... ... K
7.
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